O inverno é necessário - Parte 2

Deus troveja com a sua voz maravilhosa; ele faz grandes coisas que não podemos compreender. Deus manda que caia neve sobre a terra e também fortes pancadas de chuva. (Jó 37:5,6)

Estamos falando sobre árvores no sentido biológico e espiritual, pois a Bíblia por diversas vezes nos compara a elas. Por analogia, então, podemos entender as estações do ano de forma espiritual e seus efeitos na nossa vida. Ontem falamos que o florescer da primavera depende do período de inverno, pois mesmo nesse tempo de sequidão encontramos força e vida através das nossas raízes.

Mas o inverno não tem somente um clima seco; sua característica principal é o frio e isso é um fator essencial para o desempenho da plantação. Porém, precisamos saber assimilar uma coisa: o frio do inverno não significa frieza espiritual. É um fator externo, um período que a árvore precisa passar para desenvolver, então podemos definir o frio como algumas situações que passamos onde há pouca manifestação visível de Deus, como quando nos sentimos sozinhos, perseguidos, enfrentando batalhas espirituais, doenças e outras circunstâncias que nos afetam. O que acontece com as árvores nesse período?

A primeira reação de algumas espécies de árvore no frio intenso é a produção de proteínas anticongelamento. Esse processo se origina na raiz e as proteínas atuam no tronco para manter uma temperatura amena e proteger a seiva (a vida) e evitar que ela congele. Assim, como plantações do Senhor, nosso primeiro passo no inverno é evitar a frieza espiritual. As circunstâncias podem ser frias, mas, por dentro, estaremos aquecidos por aquilo que vem da nossa raiz, ou seja, a fé.

O segundo processo que acontece por causa do frio é a produção de carboidratos (isso mesmo, açúcares!). A raiz produz esses carboidratos para evitar o congelamento da água presente no solo. Essa reação estimula a produção de frutos mais doces, devido a alta quantidade de açúcares que a árvore produziu. Inclusive, um dos vinhos mais raros e doces do mundo, o Icewine, é produzido por videiras que passam por invernos de -7°C. Mais uma vez, não importa quão frio e desesperançoso esteja nosso entorno, nossa resposta nunca deve ser a amargura, pois nossa raiz produz doçura.

Então, o que aprendemos com o inverno? Aprendemos que não importa como esteja o contexto ou as circunstâncias de nossa vida, se está seco ou frio; temos que retornar às nossas raízes, pois delas vêm todas as coisas que precisamos para sobreviver, evoluir e manter nossa “seiva” aquecida e doce.

Lembre-se disso para viver seu inverno. Que seus frutos sejam doces. A primavera é logo ali.